segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS LÍNGUAS NACIONAIS




A IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS LÍNGUAS NACIONAIS
NATIVAS/NATURAIS

1-LÍNGUAS NACIONAIS/BANTU E NÃO BANTU (KHOISAN)
2-O ALFABETO E OS DITONGOS BANTU
3-CA, CE, CI, CO, CU/ KIKOLO/ COKWE
4-LÍNGUAS DECLARADAS «LÍNGUAS DE CÃO» EM 1845 PELO COLONIALISMO.
5-LINGUAS OU DIALÉCTOS? PORQUE DIALÉCTOS?
6-AS LÍNGUAS NATURAIS/LÍNGUAS NATIVAS/MATERNAS?
7-IDEIA DE ENSINO DAS NOSSAS LÍNGUAS EM DIVERSAS PROVÍNCIAS
8-COMO SAUDAR E DESPEDIR-SE EM KIKONGO/KIMBUNDU E UMBUNDU
9-A PUREZA DAS NOSSAS LÍNGUAS? OS BARBARISMOS E OS EMPRESTIMOS
10-ONDE ESTÃO OS CONCEITOS ORIGINAIS EM NOSSAS LÍNGUAS?
11-DIGA RAÍZ QUADRADA DE 25 EM SUA LÍNGUA NATIVA!
12-EM QUE LÍNGUA PENSA? NA LÍNGUA EM QUE FALAS? PENSA EM PORTUGUÊS?
13-«EU QUERIA CAIR» OU «EU IA A CAIR»?
14-ESTRUTURA DE UMBUNDU/POTUGUÊS/INGLÊS E FRANCÊS
15-A INTERFERÊNCIA LINGUISTICA AFECTANDO A LÍNGUA ALVO
16-EXISTE ESTUDO PROFUNDO DE NOSSAS LÍNGUAS? OU ESTUDAMOS COM BASE EM PORTUGUÊS?
17-O VERBO SER EM UMBUNDU NA FILOSOFIA DA LINGUAGEM/PSICOLINGUISTICA.
18-OS EMPRESTIMOS DO UMBUNDU/PUREZA DO KIKONGO E A QUESTÃO DO J.
19-O LINGALA NUNCA FOI LÍNGUA NACIONAL DE ANGOLA
20-INTERFERÊNCIAS DO UMBUNDU/ LINGALA/KIKONGO/KIMBUNDU: P, B, Z, D, e T.



Autor: Timóteo Arão
Data: 30/08.2014.

 



A IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS LÍNGUAS NACIONAIS
Muitos linguistas não concordam com o conceito de línguas nacionais, por se localizarem em determinada região. Preferem falar de línguas regionais. Não sou contra o conceito de línguas nacionais, porque elas têm hoje um carácter nacional. Contudo, em meus estudos prefiro chamar línguas nativas ou mesmo naturais. Não gosto de chamá-las línguas maternas, porque não podem ser paternas. É uma questão de filosofia de linguagem
Hoje vou falar de quatro das 20 línguas nacionais que temos em Angola, de Cabinda ao Cunene: O COKWE, O KIMBUNU, O KIKONGO E O UMBUNDU. Todas estas línguas são chamadas Bantu (pessoas). Há traços comuns entre as línguas Bantu. Há um alfabeto comum entre estas línguas: ca, ce, ci ,co cu. A palavra KIKOLO, não deve ser escrita KICOLO. Isso é kitcholo, porque co é tcho. É por isso que COKWE tem como primeira sílaba co que se lê tcho.
Não devemos ter vergonha de falar ou pronunciar correctamente as nossas línguas. A língua Portuguesa, neste mosaico de línguas de Angola, é a língua de comunicação. As nossas línguas nativas nos identificam no sentido de serem naturais para cada um de nós. Em português a nossa construção de frases e palavras é mecânica. Ninguém precisa de ir à Escola para aprender a falar a sua língua natural. Por isso é que a chamo natural. Porque um Licenciado diria «ele quero falar». Estes erros não acontecem quando falamos KIMBUNDU, KIKONGO, UMBUNDU, COKWE ETC.
Uma das soluções que eu apresentaria para a aprendizagem das nossas línguas é:
1-NAS ÁREAS DE UMBUNDU OS QUE FALAM KIKONGO OU KIMBUNDU DEVEM APRENDER UMBUNDU.
2-EM LUANDA, MALANGE, KWANZA NORTE E BENGO, OS OVIMBUNDU E OS BAKONGO DEVEM APRENDER KIMBUNDU
3-EM CABINDA, ZAIRE E UIGE, OS BUNDU (KIMBUNDU) DEVEM APRENDER KIKONGO.
Pelo menos a saudar e despedir-se. É isso que vou falar agora: 1-Em Kikongo a saudação matinal é LUSIKAMENE e a despedida é LUSALA KIAMBOTE. 2-Em Umbundu a saudação não é clara no BOM DIA. De manhã os Ovimbundu dizem: WALALI=como passaram a noite. O que isto significa. A despedida é: XALIPO CIWA. Não será isso uma mera tradução de fiquem bem? 3- Em Kimbundu, de manhã, diz-se WAZEKELE e a resposta é NGAZEKELE KIAMBOTE. Devemos sempre descobrir algo comum que facilita a comunicação. Kiambote é o mesmo em KIKOKGO E KIMBUNDU.
A PUREZA DAS NOSSAS LÍNGUAS: Os barbarismos são muito comuns nas nossas línguas. O Umbundu tem muitas misturas do português: OMESA/OSIKALETA/EKÃLU/OSIKATA/ELIVULU. Nem sempre podemos ter conceitos originais de realidades que nunca foram nossas. Temos nomes naturais para coisas naturais existentes: OMBEU/OLUI/UTI/ONDALU/ELIMI/ULA/OMUNDA/EKUMBI/OSÃI/OBELA. Há conceitos que nunca tivemos. Quem se atreve a dizer em UMBUNDU, KIKONGO OU KIMBUNBU.
1-25:5= Raiz quadrada de 25; 5X5=25; Nave espacial; Equação; célula; computador. Precisa de pensar em português ou qualquer outra língua. Diga raiz quadrada de 25, sem pensar em português. A língua tem de estar ligada ao pensamento original. A língua afecta a mente e o comportamento. Pensar numa língua e falar noutra não é produtivo. Muita gente fala em português mas pensa em Umbundu ou KIKONGO.
Aí dá-se o que se chama INTERFRÊNCIA LINGUISTICA. Na Sexta-Feira passada falei do querer cair. «Eu queria cair». Isso não é português. É a nossa língua transferida para o português. Mesmo quem fala bem português, quando tentar falar inglês, dá-se o mesmo processo que eu chamo portinglês. A pessoa se convence que está a falar inglês, mas não pode ser entendida por alguém cujo inglês é a primeira língua.
Já que cada língua é uma estrutura, nunca devíamos confundir uma com outra:
1-UMBUNDU: Pi o kasi cilo?
2-PORTUGUÊS: Onde estás, agora?
3-INGLÊS: Where are you now?
4-FRANCÊS: Oú es-tu maintenant?
Vou falar um pouco mais das interferências:
1-No alfabeto Kikongo não existe g. Essa língua Kikongo vai influenciar outra língua. O som g ou j vai ser mudado para Z, como em GIZELA, JOÃO e BIOLOGIA. Não rio nem julgo os que assim falam.
2-Em Umbundu o som d é muito comum. É por isso que por vezes em vez de entender diz-se endender. O b é muito comum; por isso é que compreender alguns dizem combrender.
3-A interferência é menor para os que sempre priorizaram a língua portuguesa, sem muita influência de suas línguas naturais. Se estudássemos profundamente as nossas línguas, descobriríamos: 1-SABEDORIA 2-AS LIMITAÇÕES 3-O COMPORTAMENTO.
Fiz um estudo de muitos anos sobre o VERBO SER em Umbundu e descobri algo extraordinário no âmbito psicológico e sociológico. 1-O VERBO SER NÃO EXISTE CLARAMENTE EM UMBUNDU. O verbo no infinito começa com a partícula OKU.
1-OKU LONGISA (ensinar) 2-OKU LI LONGISA (aprender) 3.OKU VANGULA (falar). Como se diz ser ou estar? OKU KALA? E ser? Diga eu sou homem= AME NDULUME; EU SOU MULHER=AME NDUKÃI, AME NDIDONGE=EU SOU ALUNO. Onde está o verbo ser? NDI OU NDA OU NDU? E quais são as implicações uma língua não ter claramente o verbo ser expresso? Quais são as implicações psicolinguísticas e sociolinguísticas deste facto? Esta é a filosofia da linguagem!
Finalmente quero falar ou escrever não tanto dos barbarismos ou estrangeirismos em nossas línguas, mas sim dos empréstimos. Já mencionei alguns empréstimos:
1.O KIKONGO tem poucos empréstimos, porque conserva palavras originais, sem empréstimos do português, com acontece frequentemente em UMBUNDU. Deve ter alguns empréstimos de francês. KIKONGO NÃO É LINGALA. Do número de línguas em Angola, não existe nenhuma que se chama Língala. Se perguntar alguém Que fala Lingala, como se diz Quarta-Feira, vai dizer MERCREDI, sem saber que MERCREDI, VENDREDI et Dimanche é francês.
2-O UMBUNDU tornou-se muito pobre, por causa dos empréstimos. Qualquer pessoa atenta descobre que não existe FRASE PURA em Umbundu. É uma miscelânea com o português. Tem de haver um estudo sério e não um estudo das nossas línguas baseado no PENSAMENTO em Português.
3-No Hebraico não existe J; É a partir do original que nossas línguas devem traduzir a Bíblia a partir do original:
1-UMBUNDU: Yesu/Yehova
2-KIKONGO: Yesu/Yawe
3-LINGALA: Yawe
4-KIMBUNDU: Jezu
OBSERVAÇÃO: O PENSAMENTO CORRECTO, É A PARTIR DO ORIGINAL.
O autor: Timóteo Arão
DIA 12.09.14, TOPIC APRENDENDO E FALANDO INGLÊS-LEARNING AND SPEAKING ENGLISH