A IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS LÍNGUAS
NACIONAIS
NATIVAS/NATURAIS
1-LÍNGUAS
NACIONAIS/BANTU E NÃO BANTU (KHOISAN)
2-O
ALFABETO E OS DITONGOS BANTU
3-CA,
CE, CI, CO, CU/ KIKOLO/ COKWE
4-LÍNGUAS
DECLARADAS «LÍNGUAS DE CÃO» EM 1845 PELO COLONIALISMO.
5-LINGUAS
OU DIALÉCTOS? PORQUE DIALÉCTOS?
6-AS
LÍNGUAS NATURAIS/LÍNGUAS NATIVAS/MATERNAS?
7-IDEIA
DE ENSINO DAS NOSSAS LÍNGUAS EM DIVERSAS PROVÍNCIAS
8-COMO
SAUDAR E DESPEDIR-SE EM KIKONGO/KIMBUNDU E UMBUNDU
9-A
PUREZA DAS NOSSAS LÍNGUAS? OS BARBARISMOS E OS EMPRESTIMOS
10-ONDE
ESTÃO OS CONCEITOS ORIGINAIS EM NOSSAS LÍNGUAS?
11-DIGA
RAÍZ QUADRADA DE 25 EM SUA LÍNGUA NATIVA!
12-EM
QUE LÍNGUA PENSA? NA LÍNGUA EM QUE FALAS? PENSA EM PORTUGUÊS?
13-«EU
QUERIA CAIR» OU «EU IA A CAIR»?
14-ESTRUTURA
DE UMBUNDU/POTUGUÊS/INGLÊS E FRANCÊS
15-A
INTERFERÊNCIA LINGUISTICA AFECTANDO A LÍNGUA ALVO
16-EXISTE
ESTUDO PROFUNDO DE NOSSAS LÍNGUAS? OU ESTUDAMOS COM BASE EM PORTUGUÊS?
17-O
VERBO SER EM UMBUNDU NA FILOSOFIA DA LINGUAGEM/PSICOLINGUISTICA.
18-OS
EMPRESTIMOS DO UMBUNDU/PUREZA DO KIKONGO E A QUESTÃO DO J.
19-O
LINGALA NUNCA FOI LÍNGUA NACIONAL DE ANGOLA
20-INTERFERÊNCIAS
DO UMBUNDU/ LINGALA/KIKONGO/KIMBUNDU: P, B, Z, D, e T.
Autor:
Timóteo Arão
Data:
30/08.2014.
|
A
IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS LÍNGUAS NACIONAIS
Muitos linguistas não concordam com
o conceito de línguas nacionais, por se localizarem em determinada região.
Preferem falar de línguas regionais. Não sou contra o
conceito de línguas nacionais, porque elas têm hoje um carácter nacional.
Contudo, em meus estudos prefiro chamar línguas
nativas ou mesmo naturais. Não gosto de chamá-las línguas maternas, porque
não podem ser paternas. É uma questão de filosofia de linguagem
Hoje
vou falar de quatro das 20 línguas nacionais que temos em Angola, de Cabinda ao
Cunene: O COKWE, O KIMBUNU, O KIKONGO E
O UMBUNDU. Todas estas línguas são chamadas Bantu (pessoas). Há traços
comuns entre as línguas Bantu. Há um alfabeto comum entre estas línguas: ca, ce, ci ,co cu. A palavra KIKOLO, não deve ser escrita KICOLO. Isso é kitcholo, porque co é tcho. É por isso que COKWE tem como primeira sílaba co
que se lê tcho.
Não
devemos ter vergonha de falar ou pronunciar correctamente as nossas línguas. A
língua Portuguesa, neste mosaico de línguas de Angola, é a língua de
comunicação. As nossas línguas nativas nos identificam no sentido de serem
naturais para cada um de nós. Em português a nossa construção de frases e
palavras é mecânica. Ninguém precisa de ir à Escola para aprender a falar a sua
língua natural. Por isso é que a chamo natural. Porque um Licenciado diria «ele quero falar». Estes erros não
acontecem quando falamos KIMBUNDU, KIKONGO, UMBUNDU, COKWE ETC.
Uma
das soluções que eu apresentaria para a aprendizagem das nossas línguas é:
1-NAS ÁREAS DE UMBUNDU OS QUE FALAM
KIKONGO OU KIMBUNDU DEVEM APRENDER UMBUNDU.
2-EM LUANDA, MALANGE, KWANZA NORTE
E BENGO, OS OVIMBUNDU E OS BAKONGO DEVEM APRENDER KIMBUNDU
3-EM CABINDA, ZAIRE E UIGE, OS
BUNDU (KIMBUNDU) DEVEM APRENDER KIKONGO.
Pelo
menos a saudar e despedir-se. É isso que vou falar agora: 1-Em Kikongo a
saudação matinal é LUSIKAMENE e a
despedida é LUSALA KIAMBOTE. 2-Em
Umbundu a saudação não é clara no BOM DIA. De manhã os Ovimbundu dizem: WALALI=como passaram a noite. O que
isto significa. A despedida é: XALIPO
CIWA. Não será isso uma mera tradução de fiquem bem? 3- Em Kimbundu, de manhã, diz-se WAZEKELE e a resposta é NGAZEKELE KIAMBOTE. Devemos sempre
descobrir algo comum que facilita a comunicação. Kiambote é o mesmo em KIKOKGO E KIMBUNDU.
A PUREZA DAS NOSSAS LÍNGUAS: Os barbarismos
são muito comuns nas nossas línguas. O Umbundu tem muitas misturas do
português: OMESA/OSIKALETA/EKÃLU/OSIKATA/ELIVULU.
Nem sempre podemos ter conceitos originais de realidades que nunca foram
nossas. Temos nomes naturais para coisas naturais existentes: OMBEU/OLUI/UTI/ONDALU/ELIMI/ULA/OMUNDA/EKUMBI/OSÃI/OBELA.
Há conceitos que nunca tivemos. Quem se atreve a dizer em UMBUNDU, KIKONGO OU
KIMBUNBU.
1-25:5=
Raiz quadrada de 25; 5X5=25; Nave
espacial; Equação; célula; computador. Precisa de pensar em português ou
qualquer outra língua. Diga raiz quadrada de 25, sem pensar em português. A
língua tem de estar ligada ao pensamento original. A língua afecta a mente e o
comportamento. Pensar numa língua e falar noutra não é produtivo. Muita gente
fala em português mas pensa em Umbundu ou KIKONGO.
Aí
dá-se o que se chama INTERFRÊNCIA
LINGUISTICA. Na Sexta-Feira passada falei do querer cair. «Eu queria cair». Isso não é português.
É a nossa língua transferida para o português. Mesmo quem fala bem português,
quando tentar falar inglês, dá-se o mesmo processo que eu chamo portinglês. A pessoa se convence que
está a falar inglês, mas não pode ser entendida por alguém cujo inglês é a
primeira língua.
Já
que cada língua é uma estrutura, nunca devíamos confundir uma com outra:
1-UMBUNDU: Pi o kasi cilo?
2-PORTUGUÊS: Onde estás, agora?
3-INGLÊS: Where are you now?
4-FRANCÊS: Oú es-tu maintenant?
Vou
falar um pouco mais das interferências:
1-No
alfabeto Kikongo não existe g. Essa língua Kikongo vai influenciar outra
língua. O som g ou j vai ser mudado para Z, como em GIZELA, JOÃO e BIOLOGIA. Não rio nem julgo os que assim falam.
2-Em
Umbundu o som d é muito comum. É por isso que por vezes em vez de entender
diz-se endender. O b é muito comum; por isso é que compreender alguns dizem
combrender.
3-A
interferência é menor para os que sempre priorizaram a língua portuguesa, sem
muita influência de suas línguas naturais. Se estudássemos profundamente as
nossas línguas, descobriríamos: 1-SABEDORIA
2-AS LIMITAÇÕES 3-O COMPORTAMENTO.
Fiz
um estudo de muitos anos sobre o VERBO
SER em Umbundu e descobri algo extraordinário no âmbito psicológico e
sociológico. 1-O VERBO SER NÃO EXISTE CLARAMENTE EM UMBUNDU. O verbo no infinito
começa com a partícula OKU.
1-OKU LONGISA (ensinar) 2-OKU LI LONGISA (aprender) 3.OKU VANGULA (falar). Como se diz ser ou
estar? OKU KALA? E ser? Diga eu sou homem= AME NDULUME; EU SOU MULHER=AME
NDUKÃI, AME NDIDONGE=EU SOU ALUNO. Onde está o verbo ser? NDI OU NDA OU NDU? E
quais são as implicações uma língua não ter claramente o verbo ser expresso? Quais
são as implicações psicolinguísticas e sociolinguísticas deste facto? Esta é a
filosofia da linguagem!
Finalmente
quero falar ou escrever não tanto dos barbarismos ou estrangeirismos em nossas
línguas, mas sim dos empréstimos. Já mencionei alguns empréstimos:
1.O KIKONGO tem poucos empréstimos,
porque conserva palavras originais, sem empréstimos do português, com acontece
frequentemente em UMBUNDU. Deve ter alguns empréstimos de francês. KIKONGO NÃO É LINGALA. Do número de
línguas em Angola, não existe nenhuma que se chama Língala. Se perguntar alguém
Que fala Lingala, como se diz Quarta-Feira, vai dizer MERCREDI, sem saber que
MERCREDI, VENDREDI et Dimanche é francês.
2-O UMBUNDU tornou-se muito pobre, por
causa dos empréstimos. Qualquer pessoa atenta descobre que não existe FRASE PURA em Umbundu. É uma miscelânea
com o português. Tem de haver um estudo sério e não um estudo das nossas
línguas baseado no PENSAMENTO em Português.
3-No
Hebraico não existe J; É a partir do original que nossas línguas devem traduzir
a Bíblia a partir do original:
1-UMBUNDU:
Yesu/Yehova
2-KIKONGO:
Yesu/Yawe
3-LINGALA:
Yawe
4-KIMBUNDU:
Jezu
OBSERVAÇÃO: O
PENSAMENTO CORRECTO, É A PARTIR DO ORIGINAL.
O autor: Timóteo Arão
DIA 12.09.14, TOPIC
APRENDENDO E FALANDO INGLÊS-LEARNING AND SPEAKING ENGLISH